sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ao Vasco tudo ou nada? Tudo.

Grandes pensadores, escritores já utilizaram o nome “Vasco da Gama” em suas escritas.  Seja falando do Navegador dos mares, descobridor do caminho das índias ou da nau das quadras,  raias e gramados.

Quando Luís Vaz de Camões, em os Lusíadas, publicado em 1572, escreveu:

“Trabalha por mostrar Vasco da Gama


Que essas navegações que o mundo canta


Não merecem tamanha glória e fama


Como a sua, que o céu e a terra espanta.”


O grande nome da literatura portuguesa se referia ao heroico português, e, mesmo sem imaginar, cravava uma profecia.


Hoje, milhões de pessoas cantam de coração, carregam a cruz de malta (na verdade, a pátea e até a de Cristo) como seu pendão, pois a nau dos gramados carrega o nome do heroico português e com história centenária, a sua fama assim se fez, e faz.


As navegações que o mundo canta, continuam não merecendo tamanha glória e fama como as suas. O pioneirismo da conquista, já mostrado por Vasco da Gama, nos revoltos mares das navegações, é levado à risca nos gramados.  Enquanto o heroico português honrosamente transpassou o Cabo da Boa esperança, a caravela da zona norte carioca transpassou a barreira do preconceito racial e social.  Ergueu seu próprio templo. Transformou-se em expresso, o da vitória.


Não é toa que a frase de Ciro Aranha torna-se perpétua, pois de fato, com tamanha história, “Enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal”.


Talvez, eu esteja aproveitando do momento de uma conquista para expor o que penso. Na verdade, não o que simplesmente penso, e sim tamanha paixão que carrego em meu peito. E de fato, não existira momento melhor poro colocar pra fora esse carrossel de emoções.


Pode até ser que pra mim seja mais fácil dizer isso, pois desde que acompanho futebol comemorei títulos Brasileiros, Libertadores, estaduais, rio-são Paulo, MERCOSUL.  Cresci sendo moldado e acostumado a vencer.  É... de fato, quando tudo está bem, se torna mais fácil cultivar o amor. Mas, nem tudo é um mar de rosas.


Depois de tanto sucesso, vieram oito anos de muita luta. De choro. Sim, eu chorei. De piadas, de deboches, enfim, foram oito anos difíceis.  Todo mundo já sofreu por amor, e desde 2003, nós vascaínos vínhamos sofrendo de amor.  Eliminações precoces, “vice de novo”, Euricos, Coelhos, Robertos, “Pavões”. Desentendimentos, e o fundo do poço. Pranto, desilusão, mas, é aí que o amor prova que é mais forte que tudo e que quem ama cuida. No pior dos momentos, alguém disse “o sentimento não pode parar” e lá estávamos para não deixar o sentimento parar, com orgulho, cantando, “jamais terás a cruz, esse é o meu batismo”, pois todo vascaíno tem amor infinito, isso tudo, por que de todos os amores que eu tive, és o mais antigo, o Vasco. Ah, o Vasco, minha vida, minha história, meu primeiro amigo. Claro, muitas vezes me perguntaram por que te segui, e a resposta, sempre na ponta da língua. “por que eu te amo.”



Depois de oito anos de árdua labuta, a pressão subiu, a cabeça doeu, o estomago embrulhou e eu me perguntei: “como pode algo tão simples fazer isso comigo? Como posso ser tão doente assim?”.  Foi quando me lembrei das sábias palavras de Carlos Drumond de Andrade.  “não digo que sou vascaíno doente, pois doente é quem não é Vascaíno”.  Quer saber se isso me acalmou? Não, nem um pouco, os sintomas não mudaram, na verdade, até pioraram, pois chegou uma hora em que as pernas adormeceram.  E no fim, eu chorei, mais uma vez, eu chorei. Chorei de alegria, de orgulho.



Ah claro, muitos vão dizer, “isso tudo por uma simples Copa do Brasil?”... Sim, isso tudo por uma “simples” Copa do Brasil. Por um simples grito de “é campeão”. Uma pequena recompensa para nós torcedores, que não abandonamos a caravela, mesmo na pior das tempestades. Uma pequena recompensa para os jovens corações infantis, que fazem com que o Vasco seja imortal e que nunca haviam tido esse prazer.

Assim, seguimos, navegando, transpondo os “cabos da boa esperança” que forem surgindo em nossas grandes navegações, pois, sem querer, mas já sendo repetitivo, “enquanto houver um coração infantil, o Vasco será imortal” e eu, só tenho uma coisa a dizer:


“que honra ser, saiba eu sou vascaíno, muito prazer”


E como já dizia Luiz Vaz de Camões...


“Trabalha por mostrar Vasco da Gama
Que essas navegações que o mundo canta
Não merecem tamanha glória e fama
Como a sua, que o céu e a terra espanta.”

6 comentários:

  1. Escreveu com a alma brother, não podia ficar melhor... O sentimento é esse mesmo, tiramos um peso de cima da cruz de malta. E agora é só continuar a navegar com mais serenidade, por que depois da tempestade vem bonança! É isso, forte abraço.

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  2. FOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOODA SEU TEXTO *-*

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  3. Nossa, sábias palavras.
    Foi de alma e coração esse texto.
    Meus parabéns.

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  4. Luiz Carlos - Damon-Hill11 de junho de 2011 às 00:21

    Traduz Perfeitamente esse Clube que para nós é como uma Religião...
    Serei VASCO:* Mesmo que a BOLA não entre...* Mesmo que o MARACANÃ se cale...* Mesmo que o MANTO SAGRADO desbote...* Mesmo que a VITÓRIA esteja lonje...*Mesmo que seja longa a jornada e seja dura a caminhada... VASCO no PEITO e na ALMA...Nos gritos e nas palmas... SEREI VASCO ATÉ MORRER ! VASCO ...ONTEM, HOJE, e SEMPRE ! ! !

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  5. Sensacional meu amigo, sensacional! Confesso, que com os meus 20 anos de vida este é o primeiro título que consigo ver, lembrar e sentir. Aquele Carioca de 2003 é muito vago, tinha apenas 12 anos, era o início. Faço das suas palavras as minhas. Depois daquele apito final, eu não sabia como gastar tanta felicidade. Abrecei pessoas que nunca vi na vida, compartilhei o mesmo sentimento, fiquei embabascado com tamanho amor que sinto por esse clube. Voltando pra casa, eu me pegava rindo a toa, cantando os gritos da torcida, acenando para os carros que passavam buzinando. Foi muito bom, é muito bom. Que eu tenha mais momentos como esse daqui pra frente, com menos intervalo entre eles!

    Parabéns pelo blog, to seguindo! Um abraço!

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