quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ao pé da letra? . Ah, o pé da letra.

O mundo e seus conceitos. Analisar alguns conceitos que encontramos pelo mundo pode ser cômico, mas, também pode ser muito trágico. Depende da conotação.

Começo meu “mosaico de citações” falando sobre os “filhos da puta”. Antes, eram os que nasciam do ventre de uma profissional do sexo. Hoje, já não tem nada a ver com a mãe do cidadão. O sujeito passou a ser filho da puta por si só, já encontramos até filhos da puta sem mãe por ai. E os que são “bons pra caralho”? Ah... Não estamos falando de remédio para impotência, é só mesmo a conotação.

“Filho da puta” era pra ser xingamento, hoje em dia já é até elogio. “Bom pra caralho” era pra ser algo feio, hoje é descolado. Eu disse que podia ser cômico... e trágico

Trágico é quando falamos de coisas mais sérias. Exemplo: Honestidade, algo que deveria ser normal, todo mundo prega a honestidade e fala que se todos fossem honestos o mundo seria muito melhor, mas quando acontece algo em que um cidadão usa realmente da honestidade, vira até noticia de jornal... “EXTRA... EXTRA, faxineiro de banheiro de aeroporto encontra 15 mil dólares enquanto trabalhava e entrega à Polícia”... Pior do que virar notícia é saber que a grande maioria ainda comenta “babaca, podia dar um jeito na vida dela, eu não dou uma sorte dessas”.

Sinceridade, quem não acha lindo a tal da sinceridade? Agora, experimente, quando sua esposa disser “AMOR, eu engordei tanto”. Dizer, “é mesmo amor, ta na hora de fazer um regime, minha baleiazinha”, ou então numa balada, falar pra sua namorada, ”amor eu vou ali ao banheiro, mas é só pra olhar de perto aquela ruiva que está ali sozinha”. A sinceridade deixa de ser bonita. A pessoa sincera vira uma grosseira. Aí, mentir passa a ser bacana... Aliás, e aí, ta gostando do Blog? Seja sincero... Ou não.

Ser comunicativo é bom, interage com pessoas facilmente, se ambienta em qualquer lugar... CUIDADO... Se for mulher, você pode ser chamada de “dada”. Ser for homem, de enjoado.

Fulano está apaixonado... ah que lindo!... A namorada do fulano terminou com ele e ele ta triste. ... ah que trouxa!.

Nesse nosso mundinho “filho da puta”, são tantos os conceitos e conotações que eu me perco e nunca sei quando é pra entender “ao pé da letra” ou pra usar “o pé da letra”.

2 comentários:

  1. Bom é pouco. O texto ficou "muito" bom.

    Legal essa crítica que você faz da "estereotipificação". Nem podemos nos dar ao luxo de nos sentirmos assim ou assado. Como você mesmo falou, os rótulos já falam por nós. Antes de sermos, pensarmos ou agirmos da nossa forma, já o fizemos para os outros, ao modo e julgamento deles.

    Sugiro aí uma auto-crítica? Até onde demos às pessoas a chance delas serem elas mesmas?

    Pensemos nisso.

    Bom lê-lo.

    Abraço!

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  2. Thiago,meu querido,excelente texto!
    As expressões citadas por você fazem parte do nosso vocabulário (infelizmente) e se for realmente levadas ao pé da letra, a situação pode ficar difícil de solucionar, um vez que ninguém gosta de ser chamado de "filho da puta" por aí, só se for de brincadeirinha - e uma brincadeira totalmente sem graça,diga-se de passagem!
    Quanto a questão honestidade, muito bem lembrada por você o caso da faxineira que encontrou dinheiro no aeroporto e devolveu ao dono. Normal no Brasil é roubar, matar e sair impune, sonegar,enfim.Quando alguém faz o bem, isto torna-se uma grande surpresa.Fico triste. Os sentimentos verdadeiros,a honestidade,o caráter e o respeito estão cada vez mais banalizados.Será possível um dia resgatar o sentido humano de ser ou chegará uma hora que acharemos perfeitamente normal os mais bizarros acontecimentos e crimes? Prefiro acreditar que pra tudo existe um jeito.Prefiro fazer minha parte.

    Abração pra vc,meu camarada!

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